Would you believe me when I tell you, you're the queen of my heart?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Num barro não tão branco

Relato VI
( 05/12/2009, Procurando fui achado )

Ao chegar numa festa de igreja, me deparo com um formigueiro humano.
Quase impossível encontrar alguém, que quer muito se ver.(Ela)
Resolvo andar para ver se alguém que eu tanto procurava me via,
já que eu não enxergava nada,
tudo se embaralhava, distorcia.
Muita gente desenterrada, cada ser que eu nunca mais tinha visto,
me assustava ao andar, pensando em quem será a
próxima aberração ou morto vivo que eu podia encontrar.
Enfim, adentrei num galpão gigante, fui me ver refletido,
para ver se eu me assustava, ou podia assustar alguém.
Tudo certo, meu rosto era o mesmo meu rosto,
só que com algumas modificações, assusta-se quem quiser.

Apesar de eu não ver muito bem, eu procurava, conotava procura.
Ao chegar na porta do galpão, olho a hora: 23:03hs
("Somando" dá 5, que dá 8, que deitado é o infinito),
no mesmo instante eu penso:
- Quanto tempo será que vou demorar para encontrar ela?
Era um jogo, participávamos dele, sem comunicação, só instintivamente.

Saiu da porta e vou rumo ao contorno da igreja.
Passos acelerados, olhar fixo, reto, concentrado.
Quando dobro a primeira curva para o possível contorno,
eis que surge ela ao meu lado,
me acompanhando no caminhar ávido,
fala qualquer coisa ao meu ouvido,
levo um grande e maravilhoso susto.
Eu estava sendo observado, andei no meio das pessoas
para encontrar ela, e sou encontrado,
belamente encontrado.
Parecia uma sombra me seguindo.

Olho a hora novamente para ver quanto tempo
se passou até que eu fosse encontrado.
23:03 hs ("Somando" dá 5, que dá 8, que deitado é o infinito),
ainda, de novo e mais uma vez.
Não demorou nem um minuto. Medo.
Definitivamente a força do pensamento é extraordinária.

Como se eu fosse um curinga andante invísívil para o desinteressante,
aparecendo só para outros curingas observantes que ali estavam.
Desprevenido fui encontrado, não sabia se estava felicitado
por ser encontrado ou por ter sido abordado daquele jeito tão sublime.

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