Would you believe me when I tell you, you're the queen of my heart?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Insônia Deliciante

Tentando dormir ao lado dela
Insônia?
Sempre aqui!
No escuro, palavras vibrantes
Sons por entre o ar.
Vontade inquietante atormenta
Era só deitar e apagar,
Agora deito e acendo.
Mais do que em pé.

Parece que o escuro se movimenta, se distorce
Imagens se formam mesmo de olhos fechados, grudadas
Desenhantes nas pálpebras.

O vento acompanha com doses invisíveis
De sons inaudíveis o transcorrer do momento;
Não dormindo.

Ah olhos!
Como queria que vocês pesassem já.

O corpo imóvel, a respiração suave,
De bruços, fresca, não coberta.
pés para fora da cama, cabeça embaixo do travesseiro,
um leve cutucar com o braço;

A troca de posição é inevitável.

Agora coberta, um leve tecido de lado,
com os joelhos semi dobrados.

Cabeça pensante sonhadora em cima de um travesseiro
que mais parece uma montanha,
onde todos são levados para sonhar, ou se jogar,
para tornar o pescoço imóvel, um cabresto pescoçal,
para não olhar mais em várias direções, só a mesma,
o mesmo ângulo, o articulado por eles.

A música que era ouvida através de grandes chiaços
é finalizada brutalmente,
Como se incomodasse o sono dos justos,
aparentemente justos.

Só restou o barulho do fazedor de ventos,
Som até que suave e constante esse,
Não tão atrapalhante, até que acostumável.
E o vazio de uma constância barulhada de dentro da barriga,
Som conversante e acompanhador
de grilos e cigarras que festejam
o arejar molhado depois de uma leve chuva,
esta clássica,
Com sons e imagens celestes,
Sinais divinos para serem decodificados.

Como é gostoso ver outro ser dormir;
quando não se consegue fazer o mesmo;
Ele parece flutuar, estar em outra dimensão,
Calma, límpida, ás vezes movimentada.
Imóvel e em tantos lugares,
Tão, tão selene, docemente inerte,
Mas tão se mexendo,
Que os lugares que visita são incontáveis e atemporais.
Que vontade de pedir uma carona onírica,
Conhecer lugares não aqui, mas lá, além,
Lugares outros diversos existentes
nos universos andantes na qual nos socializamos.
Ir, e voltar quem sabe...

A luz é insistentemente apertada para existir
e iluminar o pequeno que aqui se escreve.

Um: “Tudo bem aí?”
É ressoado ao longe, muito relutante e demorado para acontecer.
E o retorno de bruço existe,
Tão perto, mas tão inalcançável.

As estações de rádio ambulantes na mente não param num ponto exato,
Misturam-se todas fazendo confusão.

Não entender faz parte no enigma
proposto pelos astros cintilantes e abrilhantados
que nos rodeiam sempre acima, seguidos de baixo,
Por aparentes inertes cansados de/por esperar.

Freqüências incolores espiraladas
Barulhantes celestes de ventos sentidos,
Espasmos momentâneos e calores congelados, brisados,
Fazem com que o final se antecipe,
Inesperado e acontecido,
Sem sono, e sem mais palavras.
Observação do narrador: Escrevi estas linhas numa noite em que tentava dormir ao lado dela, a descrevi dormindo, tão doce. Já faz algum tempo que essas palavras existem, mas quis compartilhar nessa página com todos os leitores, para que fiquem cientes dos milhares jeitos que eu tenho para descrever alguma sensação vivida. Não apareço muito como narrador nos versos acima, mas a narração existe só não sei em que pessoa, ou em que tempo. Inventei alguns neologismos para conseguir explicar como me sentia, ou os sentidos. Eu como narrador, me subdivido em muitos, e não sei porque, acho que é nato de minha personalidade mesmo.

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