Frases feitas que não fazem mais efeitos, todas descartáveis. Sinônimos não mudam nada, só a palavra.
Ordens escritas em papel com caneta, lápis, suor ou sangue, deixados de lado. Tudo se resume ao desdém daquilo que antes era satisfatório e recompensador.
Tudo para no ar, tudo fica de fora, tudo e nada mais próximos do que a carne e o osso. Para todos os efeitos, silêncio. Para todas as dores, descaso.
O descanso mais longo de todos para seguir e continuar no nada, a espera do extraordinário, completamente sem efeito mesmo tendo causa. Causa, a razão de ser e estar e ainda assim continuar, continuar pra que e por que?
Pra chegar ao resultado final, talvez O extraordinário. Porque toda causa tem um efeito, mesmo ele não sendo imediato.
"Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora." Martha Medeiros
Would you believe me when I tell you, you're the queen of my heart?
sábado, 28 de dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Dor e Separação
Ilustração: Marc Chagall
Em certos momentos da vida, a dor da separação, a dor de não vermos no outro o que gostaríamos de ver, a dor do reconhecimento das diferenças é tão grande que preferimos a ruptura, o fim, numa tentativa enlouquecida de arrancar de nós a dor.
É assim que o amor sentido se transforma em fantasma, em dor que nos assombra pelo que não foi. Sofremos, então, pelo que não foi, idealizamos o amor, a nós, ao outro. Buscamos não lembrar o que poderia ter sido se tivéssemos conseguido não fazer da dor apenas nostalgia.
Transformado em indiferença, o amor e o ódio diante da diferença nos torna, também, indiferentes ao nosso próprio sentir. A indiferença produz nostalgia, congelamento da capacidade de amar.
Restam as sombras, as imagens do fim, o ressentimento, como formas de encobrir o que recusamos viver.
(Evelin Pestana, Casa Aberta - Página, Psicanálise, Artes, Educação).
Incompletude eterna
"Sim, fica mais leve viver quando aceitamos nossa incompletude, a inevitável falta, estejamos acompanhados ou sós: mesmo no encontro amoroso, jamais alcançamos a completude ou plenitude buscada, desejada e sonhada, que só existe no plano do imaginário.
Os encontros podem ser vibrantes, mágicos, intensos e maravilhosos, as relações podem ser ricas, profundas, belas, duradouras... mas o sujeito jamais estará "completo". Quando aceitamos isso, aprendemos a ser mais felizes, desfrutando das parcelas de prazer que a vida nos oferece, aquelas que podemos alcançar, obter, realizar.
Quem busca incessantemente a completude, negando-se a aceitar a "falta", ou seja, que somos e sempre seremos incompletos, apenas continua sofrendo, correndo atrás de algo inatingível, e jamais se sentirá satisfeito. Mas, quando amadurecemos, aprendemos que o prazer é sempre parcial, que é melhor gozar a vida sabendo que, embora os encontros e trocas afetivas, as amizades e amores, sejam tão vitais e importantes, nada nos "completa": existirá sempre um vazio que faz parte da constituição do ser... e, sem ele, sequer existiria desejo!"
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